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Linfoma não Hodgkin - versão para Profissionais de Saúde
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Linfoma não Hodgkin - versão para Profissionais de Saúde
Última modificação: 16/10/2018 | 15h08
Prevenção e Fatores de Risco
Diversos fatores de risco ambientais, ocupacionais, de estilo de vida (comportamentais), de condições de saúde e genéticos têm sido associados aos LNH. Devido à heterogeneidade de subtipos de LNH e a sua similaridade quanto à etiologia, os fatores de risco podem ser agrupados conforme listado abaixo:
- LNH de Linfócitos B agressivo:
- Soropositividade ao vírus da hepatite C;
- Ocupações como agricultor (exposição aos agrotóxicos) e cabeleireiro (tintura de cabelo)* aumentam o risco.
- LNH de Linfócitos B indolente:
- Infecção por HCV;
- Trabalhadores da área da saúde (maior risco de infeção por HCV), pintor (solventes orgânicos: benzeno), cabeleireiro (tintura de cabelo)*, trabalhadores da indústria metalúrgica, trabalhadores rurais (agrotóxicos).
*É provavelmente carcinogênica para os humanos (Grupo 2A: IARC).
- LNH de Linfócitos T:
- Ocupações como instalador elétrico, trabalhador têxtil (solventes orgânicos), pintor (solventes orgânicos), carpinteiro e pedreiro.
Referências:
CHIHARA, D.; NASTOUPIL, L. J.; WILLIAMS, J. N.; LEE, P.; KOFF, J. L.; FLOWERS, C. R. New insights into the epidemiology of non-Hodgkin lymphoma and implications for therapyExpert Review of Anticancer Therapy, 2015. . Disponível em: <http://europepmc.org/backend/ptpmcrender.fcgi?accid=PMC4698971&blobtype=.... Acesso em: 5 mar. 2018.
Classificação e estadiamento
Classificação
Classificar o tipo de linfoma pode ser uma tarefa bastante complicada, mesmo para hematologistas e patologistas. Os linfomas não Hodgkin são, de fato, um grupo complexo de mais de 20 tipos distintos da doença. Após o diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (extensão). Essas informações são importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento e estimar o prognóstico do paciente.
Os linfomas não Hodgkin são agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide afetadas, se linfócitos B ou T. Também são considerados tamanho, forma e padrão de apresentação na microscopia. Para tornar a classificação mais fácil, os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: indolentes (de desenvolvimento lento) e agressivos (de desenvolvimento rápido).
Os pacientes com linfomas indolentes podem apresentar poucos sintomas por vários anos, mesmo após o diagnóstico. Entretanto, a cura nesses casos é menos provável do que nas formas agressivas de linfoma. Esses últimos podem levar rapidamente ao óbito se não tratados, mas, em geral, são mais curáveis.
Estadiamento
Uma vez diagnosticada a doença, segue-se o procedimento denominado estadiamento. Consiste em determinar a extensão da doença no corpo do paciente. São estabelecidos quatro estágios, indo de I a IV. No estágio I, observa-se envolvimento de apenas um grupo de linfonodos. Já no estágio IV há o envolvimento disseminado dos linfonodos. Além disso, cada estágio é subdividido em A e B (exemplo: estágios 1A ou 2B). O "A" significa assintomático, e para pacientes que se queixam de febre, sudorese ou perda de peso inexplicada, aplica-se o termo "B". Para o estadiamento são empregados exames de imagem, como PET-CT e ressonância magnética, assim como punção lombar, biópsia de medula óssea ou imunofenotipagem da medula e do sangue periférico, quando aplicáveis.
Exames de Imagem
Esses exames são usados para determinar os locais acometidos pela doença:
• Radiografias de tórax - podem detectar tumores no tórax e pulmões;
• Tomografia computadorizada - visualiza internamente os segmentos do corpo por vários ângulos, permitindo imagens detalhadas;
• Ressonância Nuclear Magnética (RNM) - também produz imagens detalhadas dos segmentos corporais;
• PET-CT (Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons) – é uma combinação de duas técnicas de geração de imagem. O paciente recebe uma aplicação intravenosa de glicose (um tipo de açúcar) marcada com o FDG (substância que contém uma dose baixíssima de radiação, que a máquina do PET é capaz de detectar mesmo essas baixas quantidades). O linfoma tem uma atividade metabólica aumentada, ele consome mais glicose que o restante das células normais. Logo, quando a glicose com FDG é injetada na veia, rapidamente as células do linfoma o consomem. O aparelho então identifica onde está acontecendo este consumo de açúcar, gerando uma imagem destes locais do corpo. No mesmo momento a máquina do PET/CT realiza uma tomografia computadorizada, com imagens do corpo extremamente precisas. O exame de PET/CT junta essas duas imagens, a imagem detalhada do corpo humano pela tomografia computadorizada e a imagem de onde está acontecendo o consumo de glicose através do PET. Isto mostra com precisão onde estão os tumores, permitindo orientar o tratamento oncológico.
Estudos celulares
Junto com biópsias e exames de imagem, são utilizados alguns testes que ajudam a determinar características específicas das células dos tecidos examinados pelo patologista, incluindo anormalidades citogenéticas tais como rearranjos nos cromossomos, comuns nos linfomas. Esses testes permitem também realizar estudos de receptores para antígenos específicos nas células linfomatosas, que servem tanto para definir a origem celular, como também para estimar o prognóstico do paciente. Estes testes incluem:
• Imunohistoquímica - anticorpos são utilizados para distinguir entre tipos de células cancerosas;
• Estudos de Citogenética - determinam alterações genéticas nas células dos linfomas;
• Citometria de Fluxo - as células preparadas na amostra são passadas através de um feixe de laser para análise;
• Estudos de Genética Molecular (Biologia Molecular) - testes altamente sensíveis com DNA e RNA para determinar alterações genéticas específicas nas células cancerosas.
Novos testes e procedimentos diagnósticos estão surgindo a partir de trabalhos com a análise do genoma e expressão gênica. Parecem trazer informações importantes no futuro, mas na atualidade ainda são experimentais.
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